Na minha vulnerabilidade está a minha força
Vivemos em uma sociedade em que somente os mais fortes são considerados capazes de sobreviver. A razão está acima do sentimento, o que faz com que as pessoas ocultem seus sentimentos, suas vulnerabilidades, suas fragilidades (como se todos nós não as tivéssemos), gerando uma grande somatização do que é sentido e não externado.
Quem, na infância, nunca ouviu: 'engole o choro'? Desde a infância somos treinados a esconder sentimentos, mostrar uma realidade não real, disfarçar sensações. E isso incentiva o recalque do que sentimos, somos treinados a recalcar, lançar no inconsciente nossos verdadeiros sentimentos e emoções, mantendo no consciente, ao nosso alcance, somente aqueles com os quais conseguimos lidar, somente aqueles que se moldam aos padrões da sociedade. E seguimos vestindo uma capa de leão, mas frágeis como cordeiros internamente.
Em meio a tudo isso, é importante estar consciente de que:
Você não é tão forte como você pensa ser
Você não pode carregar tanta carga emocional como acredita poder. Todos temos limites, não somos invencíveis. Assumir seus limites, consciente de sua vulnerabilidade, te ajuda a mensurar o momento certo de parar de levar o mundo nas costas..
Invista no seu autoconhecimento
Conhecer a si mesmo te mostra seus limites, então invista em autoconhecimento, admita sua vulnerabilidade, aprenda a olhar para si mesmo e dizer NÃO quando necessário, sem sofrimento.
Pare de se sabotar
Abandonar a autossabotagem é tão complexo que, sem autoconhecimento torna-se praticamente impossível. O vício emocional que leva ao comportamento sabotador é tão intrínseco à pessoa que pode acompanhá-la até o último dos seus dias. "Eu nasci assim, eu cresci assim, Gabriela" não precisa ser a canção da sua vida. Reconheça seus limites, assuma sua vulnerabilidade e prepare-se para mudar comportamentos que te trazem dor.
Abandone as comparações
Sempre falo nos meus atendimentos que 'toda comparação leva à dor e ao sofrimento'. Essa é uma máxima que deve nos acompanhar em nossos diálogos interiores. Às vezes fazemos as coisas no modo automático, sem pensar, mas todos nós nos pegamos pensando em nossos atos de vez em quando. É aí que devemos perceber se estamos desrespeitando nossos limites por nos comparar com outras pessoas. Cada ser é único, cada pessoa tem a a sua história de vida, cada um tem suas limitações. Não somos robôs que precisam trabalhar em série e dar os mesmos resultados. Pensar assim e abandonar a comparação é libertador.
Pense nisso: Você pode mais do que acredita, respeitando seus limites. Você é mais corajoso do que pensa e, ainda que possa parecer surpreendente, sua vulnerabilidade também é sua força.
Por Adriany Braga de Paiva Azevedo (numa manhã de sexta-feira, com suspeita de Covid-19)
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